quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Reviravoltas.




Um sorriso triste, e uma falsa promessa de felicidade são tudo que posso te oferecer. Minhas memórias se perderam como aquele vidro quebrado na sala. Cada verso que meus lábios recitam seus olhos vetam. Penso constantemente naquele momento sórdido que vive a me perturbar, rompendo a quietude dos meus dias. Meus lábios nunca esqueceram o teu beijo. Beijo vespeiro. Tal, que, não deixou aquietar-me. Lembro-me dos teus olhos cor de mel. Viciantes. Olhos que já não me enxergam. Mas eu ainda os cobiço. Tua tristeza me abate. Tuas mãos desajeitadas tocavam as minhas como em uma sinfonia. Sinto falta dessa plenitude. Meu corpo treme quando me vejo refletida em teus olhos. Minhas mãos anseiam o toque do teu corpo. Sinto falta dos fios do teu cabelo negro roçando em meus dedos. Mil e um entraram em minha vida, e o único que deveria permanecer se foi... Assim como a brisa da manhã, deixou uma saudade escondida do que nem se quer eu vi. O amor mal amado. O querer que não quis. Deixando um vazio em meus braços. Nem se quer fui feliz. E assim, como em um jogo de flor, levou o meu amor num piscar de olhos. Do bem querer ao mal me quis.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Retratos.


Eu vejo um rosto cansado, suplicando por um pouco de carinho.
Olho para o chão das ruas, nelas a miséria reflete nas pobres almas que lá habitam.
Barrigas murchas e chorosas, implorando por um prato de comida.
Lágrimas de dor e angústia que não cessam com o tempo.
O lixo impuro que corrompe o verde das matas virgens.
Corpos caídos em pedaços, como se fossem vidros.
Mãos esperançosas estendidas, esperando por compaixão.
Crianças solitárias correndo de pés descalços. Sem brinquedos. Sem roupas.
Apenas com a inchada nas mãos... Mãos que contam suas tristes histórias.
Pais chorando pelos filhos. Filhos chorando pelos pais.
Perdidos em uma guerra, onde não há paz!
Brancos e negros se misturando como água e óleo.
O homem que revira os lixos em busca de sustento.
A segurança insegura de um jovem com arma nas mãos.
Árvores que lacrimejam entre as chamas de ódio.
Animais que clamam por piedade com seus rostos bondosos.
Eu vejo o homem que mata. Consciente ou inconscientemente.
Eu vejo o riso do rosto que jamais riu.
Alguma vez você viu?