
‘’ Espelho, espelho meu... Existe alguém mais belo do que eu? ‘’
A busca sem limites pela vaidade pode trazer sérios danos à saúde.
No dicionário da vaidade, não há espaço para modéstia. Pelo contrário! Para as mulheres: lábios carnudos, cintura modelada, seios fartos e rosto de boneca. Para os homens: corpo definido (típico de superman ), rosto masculinizado, mas com um toque de delicadeza e cabelos bem tratados. Esse é o padrão de beleza imposto. A vaidade em excesso é um mal que consome a todos que cruzam seu caminho e, deixa cicatrizes que muitas vezes não desaparecem.
Há aquela vaidade sadia, da qual todos nós precisamos para nos sentirmos belos. Mas há também um vírus doentio, que quando se aloja em nosso subconsciente dificilmente consegue-se livrar. Ela suga nosso ‘’bem’’ mais precioso: o bem- estar.
O ‘’comum’’ se tornou o motivo de tanta insatisfação. A descoberta da possível ‘’perfeição’’ tem alterado os neurônios das pessoas. Muitos homens e mulheres se sujeitam a transformações estéticas para conseguir como em um passe de mágica: tornar-se príncipes ou princesas. Mas nem sempre é esse o resultado obtido. Não se quer mais ser ‘’comum’’.
Mas afinal, o quê exatamente é ser comum? Rostos e corpos abaixo da linha do surreal?
A verdade é que, à medida que passa, a vaidade tem dominado o mundo completamente, mexendo com a psique humana; seja através da mídia, revista, internet ou outros meios. Tudo ao nosso redor contribui para isso. Até no simples fato de você sair de casa e encontrar alguém mais ‘’arrumado’’ que você. E com isso acabou-se a originalidade, a liberdade de expressão e mental. Vale tudo para tentar driblar a lei da gravidade. O ser que antes era único, hoje não passa de uma cópia.
Pare e pense: Quantos Brads e Giseles existem no mundo afinal? É assustador não?
As pessoas mudam para enquadrar-se nos padrões de beleza criados pelo - e para - o homem. Para se sentir aceito. Para que não haja rejeição, objeção. Alguns até acabam por cometer suicídio mental, entregando-se a obscuridade. Ah! Maldito seja o criador do espelho.
Mas eu pergunto a você: para quê tudo isso? Gosto é algo tão relativo! Não se pode ser aceito por todos, se você mesmo não se aceita. De quê te adiantaria ser perfeito, se o melhor da vida se encontra nas imperfeições: os sentimentos.
É sempre bom nos sentirmos belos. Um pouco de vaidade não faz mal a ninguém, certo? Só não precisamos nos tornar outra pessoa por isso, ou enlouquecer achando que ninguém irá nos aceitar. Todos nós somos belos em nossa essência. Lembre-se: ‘’Se não gostarmos de nós mesmos, quem irá gostar?’’.